segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

População de Capivaras aumenta em cidades do estado de São Paulo e Rio de Janeiro


Luiz Pagano com a simpática capivara de São José do Rio Preto, enquanto que a de Ipanema da problemas aos bombeiros no Rio de Janeiro

Por incrível que pareça a cidade de São Paulo só perde para a de São Jose do Rio Preto no que diz respeito a receptividade às capivaras. De acordo com o ultimo senso feito pela prefeitura as águas da região central rio-pretense já abrigam126 capivaras que vivem às margens da represa.

Só nos últimos dois anos a população aumentou em 40%. Os moradores de São José do Rio Preto gostam das capivaras e acreditam que elas são uma espécie de cartão postal da cidade (coisa que este blog pretende para a cidade de São Paulo).

Já a Prefeitura de Ribeirão Preto decidiu, após reunião realizada em agosto desse ano que o Parque Maurilio Biagi seria fechado para manutenção e limpeza toda segunda-feira, das 8h às 14h. A pratica tem como objetivo combater a infestação de carrapatos-estrela no parque.

O carrapato-estrela (Amblyomma cajennense), parasita comumente encontrado em cavalos e animais de pastagem, levado às capitais pelas capivaras. Responsável pela transmissão da febre maculosa, a presença do carrapato-estrela é perigosa. Uma pessoa em Ribeirão já morreu por conta da doença este ano.

Algumas medidas já estão sendo executadas pelo Departamento de Vigilância em Sáude e a Coordenadoria de Limpeza da cidade, como isolamento da área com faixa, roçada da grama e limpeza nas áreas em que há presença de capivaras.

Os dias de capivaras estão contados em Ribeirão Preto, que devem ter chegado lá pelo próprio ribeirão Preto e através do córrego Laureano. A prefeitura pretende construir um muro de gabião para impedir enchentes e também a entrada dos animais no parque.

Campinas também teve maus momentos com as capivaras, no dia 12 de maio deste ano a Prefeitura de Campinas abateu 13 capivaras que estavam confinadas no largo do Café. Os corpos dos animais foram retirados envoltos em sacos pretos e transportados para o aterro municipal.

Para a execução dos animais, a prefeitura se valeu de uma autorização do Ibama que atestou a eutanásia dos mamíferos como alternativa para interromper a proliferação do carrapato-estrela. Em oficio ao Ibama, a prefeitura justificou que as capivaras no largo do Café estavam contaminadas  - um risco para os frequentadores do local. Esse foi o principal argumento para se manter o largo do Café fechado ao público nos últimos três anos.

Ambientalistas protestaram, fizeram até um "enterro simbólico" dos animais. O enterro contou com cruzes, velas e flores. O vice-presidente da União Protetora dos Animais (UPA), César Rocha, disse que o abate foi "uma traição". "Lutamos muito para que as capivaras não fossem mortas. Mostramos exemplos de outros locais, como Piracicaba, que usou outro método, como um alambrado para isolar os animais da população".

Já na cidade do Rio de Janeiro, bombeiros do Grupamento Marítimo tiveram alguams dificuldades para resgatar uma capivara, nas pedras da praia do Arpoador, na Zona Sul do Rio. Após várias tentativas de captura, o animal mergulhou e nadou para o alto-mar e não foi mais visto. Segundo os bombeiros, o animal teria chegado à praia através do canal que liga Ipanema à Lagoa Rodrigo de Freitas, onde capivaras são vistas com freqüência.

Já em São Paulo, a foto de uma capivara ilustrava a matéria do Estado de São Paulo, edição de 9 de Janeiro de 2011 – aqui parece que a Deusa do Pinheiros veio para ficar.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Ultimas revelações sobre as Capivaras nos centros urbanos


Recentemente recebi um elogio de Gustavo Romeiro sobre a postagem do dia 23 de agosto de 2009 http://capivarapaulistana.blogspot.com/2009/08/tudo-sobre-as-capivaras-que-chegaram-na.html , e também uma critica na qual faz uma observação esclarecedora sobre a presença das capivaras em ambientes tão hostis como os centros urbanos, Romeiro nos mostra que a chegada das capivaras as marginais dos rios Pinheiros e Tietê encontra melhor hipótese no crescimento populacional da espécie.

Ainda segundo Romeiro “como existe limite para o número de indivíduos nos melhores habitats, os mais fracos são expulsos e passam a procurar novos habitats vazios ou com animais mais fracos.

Por isso, a remoção de animais de um lado para o outro é uma grande crueldade (pois eles serão mortos pelas capivaras donas do pedaço ou novamente expulsos) e um grande desperdício de dinheiro. Serve só para mídia mesmo...

A capivara é uma grande presa. Herbívora, prolífica, sustenta grandes predadores como as onças, cachorros do mato, grandes aves de rapina, jacarés e sucuris. Evoluiu com essa função ecológica por milênios, e precisa desse componente, senão sua população aumenta demais e o estresse faz com que se matem por recursos. A visão romântica de que as presas são coitadinhos e os predadores são vilões não cabe na natureza. Cada qual tem sua função e temos que ter a sabedoria para intervir na natureza racionalmente, para que possamos ter cada vez mais vida em torno de nós”.

A seguir publico na integra seu artigo sobre o assunto:
SOLUÇÃO DE CONFLITO: A CAPIVARA (HYDROCHOERUS
HYDROCHAERIS) COMO RECURSO NATURAL RENOVÁVEL

Por Gustavo Romeiro Mainardes Pinto e Kátia Maria Paschoaletto Micchi de Barros Ferraz

A capivara é uma espécie nativa que tem se favorecido pela conversão de áreas florestais para fins agropecuários. Tal situação tem gerado conflitos com a população humana principalmente devido aos prejuízos agrícolas e possibilidade de transmissão de doenças. Entretanto, a espécie apresenta potencial zootécnico e econômico para sistemas de produção em regime extensivo. Uma futura regulamentação de manejos extensivos deve amarrar a “outorga” da exploração da fauna à recuperação ou à conservação ambiental. Tal iniciativa pode melhorar o quadro ambiental e trazer uma alternativa de solução para o conflito existente, gerando renda e produção ecologicamente corretas, aproveitando recursos que hoje o País simplesmente desperdiça.

INTRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO
A capivara (Hydrochoerus hydrochaeris) é um mamífero herbívoro semi-aquático que possui alta capacidade reprodutiva, alimentação generalista e pouca exigência quanto à qualidade do habitat. A conversão de áreas florestais em áreas agrícolas, além de reduzir a população de seus predadores naturais, aumenta sua área de alimentação possibilitando o crescimento acentuado das populações de capivaras. Neste cenário, a espécie vem se tornando um sério problema ao representar riscos de transmissão de doenças (Pereira & Labruna, 1998) e ao causar prejuízos à agricultura (Ferraz et al., 2001). A capivara possui potencial econômico para manejo extensivo, realizado na Venezuela desde a década de 1960 (Ojasti, 1991). Diante dessa situação de conflito, soluções que não onerem ainda mais os cofres públicos e que possam aliar os diversos setores da sociedade em torno de um objetivo comum são as que têm maiores chances de sucesso. Analisando a ecologia da capivara, verifica-se uma complexa organização social que reduz a produtividade e aumenta custos, inviabilizando sua criação em cativeiro. Assim, o sistema produtivo mais viável econômica e ambientalmente para a capivara seria o extensivo, realizado através do manejo adaptativo ou de controle (Caughley & Sinclair, 1994). Por outro lado, vemos que matas ciliares são artigos raros no sudeste do Brasil, apesar de todo o aparato legal (Lei Federal no 4.771/65 e Resolução CONAMA no 303/2002). A pressão dos setores sociais envolvidos exige soluções, geralmente condenando a espécie perante a opinião pública, o que pode servir de mote para ações ambientalmente desastrosas. Ainda, fazendo uma análise um pouco mais profunda, podemos concluir que praticamente toda a proteína animal produzida no País, excetuando-se o pescado, provém de áreas que um dia foram florestas e que foram convertidas à agropecuária.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A legislação que dispõe sobre a fauna nativa foi criada numa época em que o conceito de uso e conservação dos recursos naturais praticamente inexistia, sendo quase uma unanimidade que a proteção repressiva seria a única forma de evitar a perda de biodiversidade (Lei Federal no 5.197/67). Dessa forma, a letra da lei é bastante restritiva, inviabilizando o manejo extensivo da fauna na natureza. Entretanto, os fatos têm mostrado a necessidade de elaboração de novas normas que busquem não somente evitar a continuidade da degradação ambiental, mas sim reverter esse quadro, visando a recuperação de áreas hoje degradadas e a produção agroecológica. Uma proposta de solução para o conflito que envolve a capivara basear-se-ia primeiramente na definição de bacias hidrográficas onde este esteja estabelecido e exista viabilidade ecológica e econômica de manejo extensivo de capivaras. Definida a bacia, proceder-se-ia a uma avaliação das populações, classificando-as em:
1) áreas-núcleo, com maiores densidades populacionais, alta taxa de natalidade e baixa taxa de mortalidade, as quais poderiam estar dispersando o excedente populacional para outras áreas; e,
2) áreas-marginais, com baixa taxa de natalidade e alta de mortalidade e que poderiam estar recebendo o excedente naturalmente. O manejo seria realizado nas áreas-marginais, enquanto que as áreas-núcleo seriam preservadas de qualquer intervenção. As estimativas populacionais dos grupos manejados podem ser obtidas pela técnica de Índice-manipulação-índice, o que reduz substancialmente os custos, devendo servir como base para definir as ações de manejo subsequentes, baseando-se nos conceitos de máximo rendimento sustentável (Begon & Mortimer, 1986; Caughley & Sinclair, 1994). O monitoramento sistemático da flutuação populacional das áreas-núcleo trazem segurança ao sistema e maior proteção àquelas populações. Uma resposta do Estado (especialmente São Paulo, onde a situação é mais grave) a essa demanda social pode ocorrer de maneira mais acertada caso haja uma implementação experimental desse manejo, permitindo que inevitáveis ajustes possam ser verificados antes, para poderem constar de uma futura regulamentação, que necessariamente condicione tal atividade a uma contrapartida ambiental que seja, no mínimo, a adequação ambiental da propriedade ao Código Florestal, o que colaboraria, inclusive, para amenizar os problemas decorrentes do desequilíbrio ambiental.

Gustavo Romeiro Mainardes Pinto ; Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, Área de Proteção Ambiental do Anhatomirim
Av. Mauro Ramos 1113, Florianópolis, SC
Tel. (48) 282-1863, E-mail: gustavo.pinto@ibama.gov.br

Kátia Maria Paschoaletto Micchi de Barros Ferraz
Laboratório de Métodos Quantitativos, Departamento de Ciências Florestais, ESALQ/USP
Caixa Postal 09, 13418-900, Piracicaba, SP
Tel. (19) 3436-8676, E-mail: kferraz@esalq.usp.br

LITERATURA CITADA

Begon, M.; Mortimer, M. Population Ecology. A Unified Study of Animals and Plants.
Second edition. Blackwell Scientific Publications, Oxford, U.K, 1986.

Caughley, G.; Sinclair, A.R.E. Wildlife Ecology and management. Boston: Blackwell
Scientific Publications, 1994. 334p.

Ferraz, K.M.P.M.B.; Santos-Filho, R.M.F.; Piffer, T.R.O.; Verdade, L.M. Biologia e manejo
da capivara: do controle de danos ao máximo rendimento sustentável. In: Mattos,
W.R.S. (Ed.) A produção animal na visão dos brasileiros. Piracicaba: FEALQ,
2001, p.580-588.

Ojasti, J. Human exploitation of capybara. In: Robinson, J.G.; Redford, K.H. (Ed.).
Neotropical wildlife use and conservation. Chicago: The University of Chicago
Press, 1991, p.236-254.

Pereira, M.C.; Labruna, M.B. Febre maculosa: aspectos clínico-epidemiológicos.
Clínica Veterinária, III (12): 19-23, 1998.

domingo, 10 de abril de 2011

O Mito das estatuas do parque do Ibirapuera




Os mitos urbanos que envolvem as quatro estatuas do parque do Ibirapuera começam a chegar aos ouvidos de toda a população. Porque será que as estatuas do Cão, da Serpente, do leão e do porco foram dispostas em praças estratégicas do parque próximas ao lago. Nos do blog Capivara Paulistana temos uma teoria.

O SONETO DA CAPIVARA

Diz a lenda que um pai e três filhos andavam de bicicleta na recém inaugurada ciclovia que margeia ao Rio Pinheiros quando um de seus filhos perguntou:
“Pai, porque andamos de bicicleta aqui?”
“Esta é uma chance de ganhar saúde enquanto conviemos com a nossa cidade” respondeu o pai.
“com esse cheiro horrível! como podemos ganhar saúde respirando este ar poluído?”
Em meio a esta conversa o filho do meio derrapou na areia e caiu. O pai dirigiu-se em grande velocidade para ajudá-lo:
“Machucou” perguntou o pai enquanto levantava o filho que não respondia pois olhava para algo muito estranho. Perplexo chamou a atenção de todos da família para aquele estranho homem que olhava diretamente em seus olhos.
Era um índio. “pai, estou com medo”
“Não precisa ter medo” disse o índio que acariciava uma capivara.
“Este é o índio da lenda da Capivara Paulistana” afirmou o menino mais velho que lia nosso blog.
“Sim sou eu” respondeu o índio “quer saber como ganhar saúde as margens do rio?” perguntou a capivara ao garoto.
“Sim, como poderei crescer nesta cidade e deixá-la limpa para meus filhos?”
“Simples” respondeu a capivara “os ignorantes animais devolvem seu lixo a natureza de forma inteligente o único animal inteligente devolve seu lixo de forma ignorante”.
“Por onde posso começar?”
“comece limpando sua sala de estar” disse o índio.
“Nossa sala está mais do que limpa” respondeu o pai um pouco irritado.
Foi então que o índio pediu para que anotassem um “Mapa Soneto”:

“A cidade vive um dilema;
Unindo os cardeais dirija-se ao meio;
como a criança que busca o seio;
por instinto resolva o problema.

O Leão denuncia a vergonha;
A serpente cala Laocoonte;
O Cão olha para a ponte;
O porco escapa pois em seu corpo tem banha.

É mudar por força da vontade;
é servir a natureza para ser o vencedor;
é deter quem nos mata por lealdade.

O parque pede que amenize a sua dor;
Que a ele demonstremos nossa amizade,
Que não joguemos nada nele por amor.”

Quando terminaram de anotar o soneto, olharam ao redor e a capivara e o índio já haviam desaparecido.
A charada em forma de soneto sem duvida fazia referencia aos animais que povoam os parques da cidade, no entanto, bem sabemos que no Brasil não temos leão.
“Pai, o soneto fala de um porco ensebado, lá no parque do Ibirapuera tem uma estatua com porco ensebado fugindo dos garotos” disse o garoto mais novo.
“Também tem uma estatua de um leão” o do meio retrucou.
“Então trata-se do parque do Ibirapuera” disse o pai “vamos para o parque.
Se deslocaram para o parque em busca de mais pistas, passaram a manhã toda andando e nada acharam. Em determinado momento sentaram-se no arvoredo próximo a estatua de mármore do leão e liam o soneto repetidamente.
“Já achamos dois animais” disse o filho do meio “precisamos achar agora o cão e a serpente”.
O filho mais velho pergunta ao servente onde tem uma estatua de serpente, ele então responde que a única serpente é aquela que se enrola em Laocoonte, a estatua fica na união dos dois grandes lagos.
Já haviam desistido de procurar a estatua do cão e o pai sugere que está na hora do almoço.
“Vamos almoçar, sua mãe não quer que almocemos tarde”
Sentaram-se na lanchonete da marquise estenderam um mapa do parque sobre a mesa e o pai marcou com um “X” o local de cada estatua de animais, quando um vento forte levou o mapa para o gramado.
Os garotos correm para pegar o mapa que para na estatua de um pastor alemão.
“Pai achamos a quarta estatua” sem perder tempo marcaram o quarto animal no mapa. Ao traçar linhas unindo os pontos cardeais marcados pelos animais formaram um x cujo centro marcava a margem do lago próximo a ponte dos Ipês.
La chegaram e nada viram.
“Este parque é o mais limpo da cidade os peixes nadam no lago, não temos que deter nenhum poluidor aqui” disse o pai.
Quando levantaram-se para ir embora, viram um tubo na margem que despejava latinhas de refrigerantes, sacos plásticos e água suja no lago.
Neste instante a voz do índio pareceu sair do mato e disse:
“Se vocês não conseguem manter o sala de estar limpa, imaginem o que fazem no banheiro”.

Saiba um pouco mais destas estatuas:

1 - “LAOCOONTE” Liceo de Artes e Ofícios escultura em bronze
Pressentindo que o famoso “cavalo de Tróia” deixado pelos gregos à porta da cidade trazia mau agouro, ele tentou avisar aos troianos para não o levassem para o lado de dentro de suas muralhas. Poseidon, deus dos mares e aliado dos gregos, enviou então duas serpentes marinhas para devorar a ele e seus rebentos e calá-los. Essa é a história contata pela escultura Laocoonte e seus filhos, cuja original se encontra no Vaticano e da qual existe uma réplica no parque do Ibirapuera.

2 - “LEÃO” Prosper Lecourtier escultura em mármore 1910 - Durante a gestão de Raymundo Duprat (1911 - 1914) ficava à frente da Prefeitura de SP a peça foi adquirida para embelezar a esplanada do Teatro Municipal. Em 1922 foi retirada do local e instalada no Parque Dom Pedro II. No final dos anos 1960 quando o Parque foi reformado o Leão foi parar no Parque Ibirapuera, onde se encontra atualmente.
3 - PORCO ENSEBADO – Ricardo Cipicchia - escultura em bronze – 1952
Brincadeira comum no interior paulista, vencia a disputa o primeiro a conseguir agarrar um porco com a pele lambuzada de sebo. Os tombos e escorregões da molecada garantiam a farra. Na década de 50, a escultura de Cipicchia ficava na Praça da República. Vinte anos depois, removeram a obra para o Parque do Ibirapuera, onde está até hoje.

4 - "CÃO PASTOR ALEMÃO" Fundição Rebelato - escultura em bronze – 13/10/1963 a estatua é uma homenagem aos criadores de Cães de São Paulo.
O Parque Ibirapuera é o mais importante e famoso parque urbano da cidade de São Paulo, Brasil. Foi inaugurado em 21 de agosto de 1954.

A região alagadiça (Ibirapuera (ypi-ra-ouêra) significa "pau podre ou árvore apodrecida" em língua tupi; "ibirá", árvore, "puera", o que já foi) que havia sido parte de uma aldeia indígena na época da colonização, era até então uma área de chácaras e pastagens.

Não sabemos ao certo de onde vem a água que sai daquele cano, no entanto sabemos que sempre despeja dejetos no lago.

segunda-feira, 7 de março de 2011

A cidade de São Paulo no Futuro



Visconde de Sabugosa estrapola como seria o Brasil do Futuro
No livro o Poço do Visconde de Monteiro Lobato, publicado em 1937, o personagem lindamente ilustrado por Belmonte descide arriscar como seria o futuro do Brasil e descobre nos livros de Dona Benta um tratado de geologia, através deste ele encontra o primeiro poço de Petróleo no Brasil, no Sitio do Pica Pau Amarelo.

A critica pegou pesado afirmando que jamais haveria petróleo no Brasil. Critica que se provou equivocada em 15 anos e agora ainda mais equivocada com a descoberta de petróleo no Pré-Sal.

Assim como o personagem de Monteiro Lobato a Capivara decide fazer algumas previsões com base nos meus blogs.
Na matéria postada em Blemya “Uma crônica de 400 milhões anos sobre nossa civilização De Pangea I a Pangea II”
São Paulo no futuro economizaria luz elétrica com prédios pintados com pigmentos fosforescentes 
nos dias de hoje esta cena é inconcebível - as ruas de São Paulo tomadas por uma espessa camada de gelo
http://blemya.blogspot.com/2011/02/uma-cronica-de-400-milhoes-anos-sobre.html vemos a avenida Paulista economizando milhões de reais ao ser iluminada com pigmentos fosforescentes e numa situação não tão quente apos ser apanhada por uma longa tempestade de gelo.
A cidade de São Paulo não pode evitar que a natureza se apoderasse de suas ruas, como uma vingança que fatalmente tende a ser realidade 
No próprio blog Capivara Paulistana a cidade de São Paulo aparece em duas possíveis versões, num não tão distante futuro meio apocalíptico está coberta por vegetação, http://capivarapaulistana.blogspot.com/2011/01/ecologia-urbana.html alguns animais fugiram do zoológico e outros como as capivaras simplesmente expandiram seus domínios. Em outra situação robôs cuidam de plantas que geram energia para a cidade.
Tal qual as cidades de Paris, Londres e Songdo a arquitetura da cidade já tem um perfil mais bem definido.

Em 2002 arrisquei minha própria versão de São Paulo do futuro no conto que escrevi e ilustrei para a revista Superinteressante “O Erro de Einstein por Luiz Pagano”, edições de Janeiro e Fevereiro. São Paulo estava bem conceituada infelizmente não tive a mesma sorte com a historinha (rsrs).


domingo, 13 de fevereiro de 2011

Mascotes das Olimpíadas de Londres 2012 e São Paulo 2016


Conheça os novos mascotes para os jogos olímpicos de 2012 em Londres (o Mandeville) e em 2016 de São Paulo (se fosse em São Paulo o site fortemente sugeriria a Capivara Paulistana).

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Capivara sugere algumas soluções para a cidade de São Paulo




Sabemos bem que de novembro a março vivemos a época de chuvas na capital, nossa prefeitura bem como os cidadãos trabalharam em antecipação. Foram retiradas 2.700 toneladas de lixo, material decantando e vegetação de dentro dos 19 piscinões, a chamada operação “Cata-Bagulho” recolheu 800 toneladas de objetos, foram realizadas operações de tapa buracos, os bueiros foram limpos. A manutenção dessas estruturas é muito cara, mas ainda não se inventou nada mais eficaz para conter a fúria das enchentes.
Ainda assim tivemos mortes provocadas por enchentes, caos no transito, entre outros problemas provocados pelas chuvas.

Talvez ainda não estejamos fazendo a coisa certa:

Lembrando das palavras na Lenda da Capivara “A cada agressão que cometem contra a terra que lhes cedi a própria terra haverá de puni-los e esta humilde capivara que vos fala haverá de lembrá-los com sua própria presença e fiscalização tudo o que aqui foi dito.”


Desta forma nos dirigimos ao grande altar da Capivara para evocar o espírito criador da cidade que sempre se manifesta pelos animais para saber como poderíamos reverter esta situação e a resposta foi curta e metafórica:

“Se tratar a Capivara com respeito a terra ha de retribuir com o respeito empregado”.

Sabemos que a “capivara” representa metaforicamente as forças da natureza, não encontramos piscinões de concreto na natureza, no entanto a própria terra se incumbe de absorver a água da chuva. Alem de impermeabilizar o solo, o asfalto absorve a luz solar e a transforma em calor. Em verões intensos o asfalto, bem como o teto dos prédios pode chegar a temperaturas próximas a 65o Celsius provocando o chamado ICU (Ilha de Calor Urbano).

Soluções praticas como o asfalto poroso podem ser boa uma alternativa.

Simples e barato, o asfalto poroso ou asfalto permeável apresenta diversas vantagens, não necessita de ingredientes exclusivos para sua aplicação, nem de equipamentos especiais. Com a informação adequada, qualquer empresa de pavimentação pode facilmente preparar a mistura e aplicá-lo.

Mesmo depois de 20 anos, pavimentos permeáveis instalados nos Estados Unidos mostram pouca ou nenhuma fissuras e buracos. A superfície do asfalto poroso mantém a sua capacidade de lidar com a água da chuva por muitos anos. Um dos mais conhecidos locais onde o asfalto permeável foi instalado é o estacionamento do Walden Pond State Reservation no estado de Massachusetts, construída em 1977.

Embora nunca tenha sido repavimentado, o estacionamento está em boa forma e ainda drena eficazmente.
Dada a estrutura do pavimento, o asfalto poroso é capaz de proporcionar um leve resfriamento quando comparado com o asfalto tradicional. Ao reabastecer os lençóis freáticos e aqüíferos, ao invés de forçar chuvas em galerias pluviais, asfalto poroso também ajuda a reduzir as demandas sobre os sistemas de galerias de águas pluviais.

Quanto aos tetos dos edifícios a solução é um pouco mais cara, no entanto, sabemos que as soluções para os mega problemas das mega cidades (com mega arrecadações) também devem ser de proporção “mega”.
Os chamados tetos ecológicos são jardins suspensos sobre os rufos dos prédios. Os jardins são isolados por mantas e materiais especiais, filtram a água pela ação de elementos filtrantes naturais e canalizam a água para próprio o solo. Com os telhados ecológicos a temperatura dos tetos dificilmente ultrapassam os 37o Celsius.
Nisso o paulistano já tem experiência, no antigo edifício de 16 andares, popularmente conhecido como “Banespinha existe um jardim com mais de 400 diferentes espécies de plantas: café, cana-de-açúcar, ervas medicinais e até uma mangueira são cultivados no jardim suspenso da cobertura, é o Jardim Walter Galera.
Originalmente concebido com colunas de mármore e portas de jacarandá pelo arquiteto italiano Marcello Piacentinni a pedido da família Matarazzo, o edifício foi construído em 1938 e abriga desde 25 de janeiro de 2004 a prefeitura de São Paulo (aniversário de 450 anos da cidade, a prefeitura mudou-se do Palácio das indústrias para o Palácio do Anhangabaú, como foi chamado oficialmente o edifício durante um ano).
Alem do mais antigo jardim suspenso da cidade o edifício nos traz outra curiosidade, o “Banespinha” possui a maior fachada em mármore travertino romano do mundo, com 25 mil pedras.
Um modelo importante a ser adotdo é o de que qualquer alteração a ser feita na cidade de São Paulo deve ser feita a partir do plano original da cidade, chamado pelo blog de Modelo SP 632.

SP 632 refere-se a vida da cidade de São Paulo no ano de 1632 a 1634, anos em que a cidade ainda estava integra, não havia passado por nenhuma alteração geográfica prejudicial (veja artigo São Paulo de Piratininga em 1634 http://capivarapaulistana.blogspot.com/2009/10/sao-paulo-de-piratininga-em-1634.html).

A criação e ampliação de áreas verdes é sempre bem vinda desde que para isso não eliminemos os ícones tombados de nosso Patrimônio Histórico. Isso quer dizer que não podemos destruir o pátio do colégio, ou o edifício Matarazzo para fazer um campo de hortênsias, mas podemos ter um centro urbano muito parecido com o que tivemos no ano de 1634, mas com a cara de uma cidade de São Paulo de 2100.

Por outro lado não há nada de romântico e histórico nos antigos trilhos de trem, galpões abandonados, e terrenos baldios habitados por ratos e pombas.

Neste sentido o prefeito Gilberto Kassab e o secretário de Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem, apresentaram os detalhes do projeto das três novas operações urbanas para a Cidade de São Paulo - Lapa-Brás, Mooca-Vila Carioca e Rio Verde-Jacu “Com estas propostas, teremos a oportunidade de fazer transformações muito significativas em áreas degradadas da cidade, sob o ponto de vista do planejamento urbano", disse Kassab.
São projetos estratégicos, que têm como objetivo concretizar as diretrizes do Plano Diretor e que propõem a ocupação de parte da orla ferroviária que se encontra subutilizada entre os bairros Lapa e Brás, Mooca e Vila Carioca. As ações também buscam a geração de empregos e a melhoria das condições de moradia no extremo da Zona Leste, diminuindo a necessidade de deslocamentos diários entre essa região e o Centro. Questões ambientais também serão contempladas nas intervenções, com a criação de parques, aumento das áreas permeáveis e melhoria da drenagem.

Começo a ver um pouco de melhora na nossa cidade e um certo sorriso nas capivaras.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Ecologia Urbana



Não faz muito tempo, fui correr no Ibirapuera, logo cedo, quando o parque havia acabado de abrir. Percebi uma agitação na lata de lixo, me aproximei e encontrei um Saruê armadilhado lá.

Imediatamente achei uma funcionaria da limpeza do parque, para que ela me ajudasse a tira-lo de lá (as lixeiras ficam presas em posição vertical). Ela disse que tem muito Saruê no parque e que é bastante comum o bicho entrar no lixo para apanhar comida e depois não conseguir mais sair.

O Saruê ou gambá-de-orelha-preta (Didelphis aurita) é uma espécie de gambá que habita o Brasil, Argentina e Paraguai. Pode atingir de 60 a 90 centímetros de comprimento e pesar até 1,6 kg, são ótimos arboristas, alimentam-se praticamente de tudo o que encontram: insetos, larvas, frutas, pequenos roedores, ovos, cobras e etc. Como qualquer outro gambá, possui uma glândula que exala odor desagradável na região do ânus. A fêmea possui no ventre o marsúpio, bolsa formada pela pele do abdômen onde encontram-se 13 mamas.

Apesar de existirem em grande numero no meio urbano (numero muito maior do que as capivaras), pouco vemos estes animais. Tem funcção importante no meio ambiente no que diz respeito ao controle de populações de roedores e são dispersores de sementes. Habitam florestas, regiões cultivadas e áreas urbanas e em toda a mata atlântica e restinga brasileira.

São animais como este que nos ajudam a filosofar mais sobre o papel da Ecologia Urbana, afinal, também somos animais que por acidente nasceram em ambiente urbano.

A interação que o Saruê tem com o meio urbano não é diferente da forma que as moscas, os pés de mamona, as pombas, o dente de leão, os urubus, etc. encontraram para se adaptarem às cidades. Estes de certa forma executam pequenas mudanças para restaurar o ambiente florestal; o dente de leão nasce nas rachaduras do cimento das calçadas; o urubu come os animais mortos (muitas vezes atropelados nas vias), o próprio saruê poliniza as diversas espécies de arvores que nascem em lugares inesperados. Nos, por outro lado, expandimos as áreas asfaltadas e fazemos as cidades crescerem sem planejamento ambiental para nossos filhos também nascerem por acidente na selva urbana.

Estima-se que até 2030, 60% da população mundial viverá em um ambiente metropolitano. Neste sentido é muito importante que as pessoas se eduquem e se engajem em atividades ecológicas, seja no estudo das aves locais, testando a qualidade dos recursos hídricos da área, limpando terras devolutas para criar parques e jardins, ou a plantando e cuidando de árvores nas ruas. A nossa única saída para que possamos viver num ambiente metropolitano sem causar maiores danos ao planeta é o estudo e aplicação da Ecologia Urbana.

Ecologia Urbana é um ramo da ecologia que trata da interação entre organismos vivos em uma comunidade urbana ou urbanizada, e sua interação com a comunidade.

Ecologistas urbanos estudam as árvores, rios, vida selvagem e os espaços abertos encontrados nas cidades para entender a extensão desses recursos e a forma como eles são afetados pela poluição, excesso de desenvolvimento e outras pressões.

A análise dos ambientes urbanos no contexto da ecologia do ecossistema (considerando a ciclagem de matéria e fluxo de energia através do ecossistema) pode vir a nos ajudar a projetar uma comunidade mais saudável e melhor administrada, por entender as ameaças do ambiente urbano para os seres humanos.

Há uma ênfase no planejamento das comunidades com um design ecológico, utilizando materiais de construção alternativos e métodos com a finalidade de promover um ecossistema saudável e biodiversidade urbana.

Um bom exemplo de como integrar a natureza aos centros urbanos é proposto pelo escritório de Howeler + Yoon Architecture http://www.hyarchitecture.com de Bostom em parceria com Squared Design Lab de Los Angeles http://www.squareddesignlab.com . O Edifício de Eco Pods é uma estrutura conceitual onde um edifício inacabado é coberto com pods modulares, próprios para a criação de algas para bio-combustível.

Os pods são continuamente rearranjados por braços robóticos (a energia para movimentação dos braços vem das próprias micro-algas) para colocá-los na melhor posição possível de aproveitamento de luz solar.

A micro-alga é atualmente umas das culturas mais promissoras para fornecimento de bio-combustível, rende cerca de trinta vezes mais energia por hectare do que qualquer outra cultura.

Alem disso, estas algas, ao contrário de outras culturas, podem crescer verticalmente e em terras não aráveis, são biodegradáveis e podem ser o único método viável para produzir combustível suficiente para substituir o uso de óleo diesel dos automóveis atuais. Para alimentar estas algas usa-se açúcar e celulose e elas ainda ajudam a reduzir as emissões de dióxido de carbono, uma vez que substituem CO2 por oxigênio durante a fotossíntese.

A produção de energia através de micro-algas bem como o Edifícios de Eco Pods ainda está em fase de testes mas é sem duvida uma boa dica de como podemos viver em parceria com a natureza e ter uma coexistência pacifica.